domingo, 2 de dezembro de 2007

Animais Com Companhia


Fido - a História de um cão que virou estátua


O espírito da época natalícia leva-me a contar uma história em que o protagonista é um cão, de nome Fido, que é também um cartaz turístico de uma pequena localidade Italiana, San Lorenzo, na região da Toscana, em Itália e que encontrei numa passagem pelo ciberespaço.
A história fala-nos de valores, de amizade, de gratidão e de lealdade, entre um cão e o seu dono.
Em plena segunda guerra mundial, Carlo Soriani, um operário de San Lorenzo, recolheu um cachorro ferido que se encontrava na berma da estrada, tratou-o e alimentou-o. Este seu novo amigo passou a partilhar alguns hábitos com o dono, um dos mais curiosos era aguardá-lo todos os dias, na hora do regresso do trabalho, na paragem do autocarro, e acompanhá-lo de regresso a casa. Em Dezembro de 1943 e na sequência de um bombardeamento aéreo, o dono morreu, mas Fido manteve o hábito diário de aguardar o regresso do dono, na mesma paragem de autocarro, à mesma hora, como se nada tivesse acontecido, ou como se houvesse uma secreta esperança de um regresso impossível.
O mais surpreendente é que isto aconteceu durante 14 anos, o que não deixou de sensibilizar toda a comunidade de San Lorenzo, que como prova desta dedicação e lealdade lhe atribuiu uma distinção pública, partilhada com grande emoção pela viúva de Carlo Soriani.
Em 9 de Junho de 1958, Fido morreu e como gesto de reconhecimento pela sua dedicação ao dono, foi enterrado junto à sua campa no cemitério local.
A estátua que hoje se encontra em San lorenzo imortaliza este cão e simbolicamente homenageia também toda a espécie canina, pela lealdade, protecção e companheirismo que tem tido para com o Homem, ao longo dos últimos 20.000 anos, traduzindo em bronze que “ O cão é o melhor amigo do Homem”.
Boas festas para todos e um bom ano de 2008, em particular para os que partilham o seu tempo e espaço com um animal de companhia.


Duarte Diz Lopes

terça-feira, 30 de outubro de 2007

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Animais com Companhia

O Distrito de Bragança regista a maior incidência no Homem de casos de Febre da Carraça (Febre Escaro Nodular) em Portugal. Não obstante este número ter sofrido uma redução nos últimos anos - há uma década atrás registavam-se mais de 100 casos por ano e em 2005 foram notificados somente 36 casos de doença - é importante considerar medidas preventivas, a começar com os cuidados com os animais de companhia.
Com as condições climáticas atípicas deste início de Verão, com muita humidade nos solos e o consequente crescimento de muita vegetação, é de prever que os ciclos biológicos das carraças tenham todas as condições favoráveis para se desenvolverem e causarem muita preocupação não só aos donos dos animais, mas à população em geral, particularmente à população rural.
As carraças também são vectores de diversas doenças para os animais domésticos. No caso do cão, temos vindo a registar na nossa região muitos casos de Babesiose e Erliquiose, doenças que têm um quadro sintomático muito parecido com a febre da carraça nos humanos, com febre alta, dores musculares e perda de sangue na urina.


Em termos de Saúde Pública, a transmissão da Febre da Carraça (Escaro Nodular) é a principal preocupação resultante da picada deste artrópode. Ocorre pela inoculação de saliva da carraça em média 6 a 20 horas após a picada. A remoção imediata de qualquer carraça do corpo deve ser a primeira atitude para evitar que a mesma tenha tempo de inocular qualquer doença, tendo em atenção aos seguintes aspectos:
Correcto:
Prender a carraça com o polegar e o indicador, protegendo os dedos com papel ou algodão, rodar ligeiramente e puxar até que se solte
Desinfectar o local da picada
Consultar o Médico se ocorrer alteração do estado de saúde, como febre, manchas na pele, dores musculares
Errado:
Colocar sobre a carraça uma substância gordurosa, como o azeite ou óleo alimentar. Isto só vai provocar stress na carraça, podendo inocular mais rapidamente qualquer agente infeccioso de que seja portadora
Aproximar uma fonte de calor, como por exemplo a ponta de um cigarro
Perfurar ou cortar o corpo da carraça. Isto nunca deve ser feito!

No que respeita à prevenção:
No Homem e quando em actividades ao ar livre em zonas de vegetação densa, com muitas ervas:
• Reduzir a área de pele exposta, usando roupa com mangas, calças compridas, meias por fora das calças e sapatos fechados;
• Usar roupa de cores claras;
• Após a detecção deve efectuar-se a remoção imediata.

Nos animais de companhia:
. Após os passeios no exterior deverá ser verificada a presença de carraças no pêlo, as quais deverão ser de imediato removidas;
. Desparasitação externa sistemática, utilizando produtos insecticidas específicos, como coleiras, pipetas e sprays, recomendados pelo Médico Veterinário;
. Desinfestação dos canis e meio ambiente circundante. Uma carraça fêmea adulta depois de bem alimentada pode pôr mais de 2.000 ovos no solo, que, com condições climáticas favoráveis, dão origem a ninfas, que, por sua vez, depois de alimentadas com sangue, originam as carraças adultas. Este ciclo biológico com condições favoráveis pode durar apenas cerca de 2 meses, daí a facilidade com que por vezes nos deparamos com autênticas pragas de carraças, com milhares de ninfas e carraças ávidas por se alimentarem de sangue.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Conhecer a reprodução da sua gata ou cadela

Para uma melhor compreensão da fisiologia e do comportamento ligado à reprodução da gata e da cadela, consideramos importante para o dono conhecer algumas particularidades deste período tão importante na vida do seu animal de companhia, que por vezes se torna tão problemático!

As gatas são animais que fazem vários cios (poliéstricas) sazonais, estando, pois, dependentes da época do ano. Nas zonas temperadas, no hemisfério norte, a época do cio começa normalmente em Janeiro/Fevereiro e termina entre Setembro e Outubro. Uma gata doméstica atinge a puberdade (primeiro cio) depois de alcançar 80% do seu peso corporal (2,3-2,5 kg), o que acontece por volta dos 6-9 meses.
A duração média do cio nas gatas é de 3 a 10 dias, com intervalos de 2 a 3 semanas, portanto existem vários cios ao longo da época reprodutiva.
Os donos (ou os vizinhos) notam logo que a sua gata entra em cio, pois existem alterações de comportamento, vocalização (miam) frequente (que não deixa ninguém dormir! …), maior agitação e agressividade, vontade de sair de casa e de urinar mais vezes e necessidade de se roçar vagarosamente nas nossas pernas, ….

Nas cadelas o momento do primeiro cio depende muito da raça e do tamanho do animal. As raças pequenas têm o primeiro cio mais cedo do que as grandes, pois, normalmente, o de uma cadela pequena ocorre entre os 6 e 10 meses, enquanto que o de uma cadela grande pode ocorrer entre os 12 a 24 meses. Este primeiro cio pode ainda ser silencioso, ou seja, não detectável pelo dono. As cadelas são diferentes das gatas, não estando o seu cio dependente da estação do ano. Têm habitualmente dois cios por ano, com intervalo médio de 5 a 11 meses. De notar que na fase inicial do cio (proestro) começa a surgir um corrimento hemorrágico, existindo atracção dos machos. Esta fase dura 6 a 11 dias, findos os quais se entra na fase de cio propriamente dita, em que a cadela já aceita o macho, e que tem uma duração média de 5 a 9 dias. O período total do cio dura em média 15 a 21 dias.

É de referir, por curiosidade, que as gatas tal como as cadelas não entram em menopausa, como acontece nas mulheres, o que acontece é que nas fêmeas mais idosas, os cios podem ser menos frequentes, a sua fertilidade diminui, têm ninhadas mais pequenas, e além disso, as complicações durante o parto são mais comuns.

O controlo reprodutivo dos nossos animais domésticos, particularmente da população canina e felina, é um tema que preocupa muito os donos, mas que não é indiferente à comunidade em geral. Todos nós nos preocupamos com o excesso de cães e gatos vadios ou errantes na rua e com as consequências daí resultantes, quer no capítulo da Higiene e Saúde Pública, bem-estar animal, mas também na própria segurança e qualidade de vida dos cidadãos.

No que respeita ao controlo reprodutivo, tanto nas gatas como nas cadelas, existem duas opções: o controlo hormonal e a cirurgia.
1. Controlo hormonal: tem um custo mais reduzido, é reversível e a qualquer momento a cadela ou gata pode retomar a actividade reprodutiva. Tem como principais desvantagens o maior risco de infecções uterinas e de tumores mamários e como consequência a menor esperança de vida.
2.A Cirurgia (Esterilização): tem como principais vantagens, a diminuição do risco de desenvolvimento de tumores mamários (se a cirurgia for feita antes do 3.º cio), eliminando também os principais problemas do aparelho reprodutor, nomeadamente a ocorrência de quistos ováricos e de infecções uterinas. Tem como desvantagem o custo mais elevado e os riscos inerentes à cirurgia/anestesia, que no entanto são mínimos num animal saudável.

Cadela
1º Cio (Puberdade)
Raça Pequena – 6-10 meses
Raça Grande – 12-24 meses
Nº cios por ano - 1-2
Tempo de Gestação - 56-70 Dias
Gata

Puberdade: 6-9 Meses
N.º Cio Por ano: Vários cio sazonais
Tempo de Gestação - 64-68 Dias