terça-feira, 4 de novembro de 2008

Raiva – A importância da vacinação!

No passado dia 28 de Setembro foi comemorado o Dia Mundial da Raiva.

O principal objectivo desta comemoração foi aumentar a consciencialização e fortalecer a prevenção e controle da doença.

A sua prevenção é simples, ela é 100% eficaz através da vacinação.

A Raiva, também conhecida por “hidrofobia” (medo da água), é uma doença vírica infecciosa do sistema nervoso, que afecta todos os mamíferos, incluindo o Homem. Pensa-se que será a doença mortal mais antiga que se conhece.

A sua transmissão é feita pelo contacto com saliva infectada, pelas mordeduras, arranhões, feridas, dos animais doentes. A partir do momento que os sintomas aparecem, esta doença é sempre fatal, tanto para os animais como para os Humanos. No entanto existe um tratamento, imediatamente após a exposição de uma mordedura de um animal suspeito. Penso que haverá alguns leitores que já passaram por esta experiência, sobretudo os que já viveram no continente Africano ou Americano. Cerca de 10 milhões de pessoas no mundo são tratadas todos os anos.

Para a maioria de nós, esta doença só é mencionada aquando da vacinação anual dos nossos cães, que muitas vezes é subvalorizada. Ela é vista somente como uma imposição legal…mas o certo é que a raiva é a 10ª causa de morte humana, por uma agente infeccioso.

A Raiva tem sido eliminada na maioria dos países em vias de desenvolvimento, no entanto, morrem por ano cerca de 55.000 pessoas (70% são crianças com menos de 15 anos), principalmente no Continente Africano e Asiático, mais nas zonas rurais, onde o principal reservatório é o cão.

Na Europa a raiva ainda persiste, essencialmente na fauna silvestre (principal reservatório é a raposa vermelha, mas também em morcegos aqui ao lado em Espanha), e quanto eu sei, o termo fronteira, não se aplica a estes animais, tendo livre arbítrio de movimentação. Nos países chamados de Leste ainda esta doença ainda existe nos animais domésticos.

Uma das maiores preocupações é a entrada na Europa de animais domésticos não vacinados, oriundos essencialmente do Continente Africano. Com certeza lembram-se o ano passado, do caso de um cachorro com raiva em França, oriundo de Marrocos.

Desde 1995, existe em Portugal um programa de epidemiovigilância nos animais silvestres (raposa e saca rabos), que são submetidos a pesquisa laboratorial, e felizmente até à presente data todos os resultados têm sido negativos.

Os serviços veterinários Portugueses têm mantido uma campanha de vacinação anual obrigatória, sistemática desde 1926. Foi a eficácia destas campanhas que permitiu erradicar a doença, sendo Portugal um dos primeiros países do mundo a obter o estatuto de “País oficialmente indemne (livre) de Raiva”desde 1956.

É pois uma grande responsabilidade de todos nós, e principalmente os donos de cães, manter este importante estatuto.

Infelizmente verifica-se aqui na nossa região uma grande desvalorização da vacinação contra a raiva, particularmente por parte dos caçadores, cujos cães estão mais expostos à fauna silvestre, e como tal encontram-se em maior risco.

A vacinação contra raiva fortalece a confiança nas relações que temos com os nossos animais.

Se é dono de um cão vacine sempre o seu melhor amigo!

Publicado no Jornal Nordeste, 21-10-2008

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