quarta-feira, 29 de abril de 2009
Colega Estagiária do Brasil na Clínica
Gostaria de me apresentar, cheguei recentemente em Bragança/Portugal, sou a nova estagiária da Clinica, me chamo Lourdes Caruccio Hirschmann e vim da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), localizada na cidade de Pelotas/RS – Brasil, com a finalidade de terminar meu curso de Medicina Veterinária.
Acredito ser relevante lembrar da importância da desparasitação tanto interna como externa do seu animal de estimação, nesta época de primavera/verão principalmente, onde as carraças e mosquitos estão se proliferando ainda mais, é necessário fazer o controle dos parasitas externos mensalmente para minimizar os riscos de contrair doenças como Babesiose, Erlichiose, Leishmaniose, entre outras, que são transmitidas através da picada destes parasitas.
Caso Clínico do Mês:
Neste mês de Abril tivemos um caso de Ehrlichiose na clinica, o paciente era um cão, macho, com 10 anos de idade e da raça Epagneul Breton. Os sinais clínicos relatados pelo proprietário foram que o cão apresentava a urina um pouco escura, estava sem apetite e parecia sentir dor, então foram feitos os exames clínicos e laboratoriais em busca de um diagnóstico preciso. No exame clinico o animal tinha febre e dores musculares. Já na análise bioquimica não havia nenhuma alteração. Porém, também foi feito um esfregaço sanguineo, corou-se a lâmina (e foi analisado em microscopio, na qual se encontrou a presença de mórulas em células mononucleares de Ehrlichia canis e Anaplasma platys em plaquetas.
A terapêutica aplicada utilizou antibiótico (Doxiciclina) e um anti-protozoário (Diproprionato de Imidocarb) e Corticoide (Prednisolona). O Diproprionato de Imidocarb é tem um efeito terapêutico e preventivo para a babesiose e Ehrlichiose, , doenças transmitidas por carraça. O corticoide combate a anemia hemolitica que o parasita possa ter causado.
Felizmente o paciente foi diagnosticado rápido e assim foi possivel ser medicado antes que o caso agravasse.
Então agora vamos esclarecer um pouco do que se trata esta doença.
A Erlichiose é uma doença infecciosa severa que acomete os cães, causada pela bactéria do gênero Erlichia.
Ela é transmitida através da picada de uma carraça que esteja contaminada pelo parasita. O vetor principal da enfermidade é a carraça castanha do cão, que é o Rhipicephalus sanguineus que normalmente parasita as orelhas e pescoço dos cães, porém há outro vetor que também transmite que é o Dermacentor spp. , estas carraças inoculam no cão o sangue infectado pelo parasita, no qual irá infectar os glóbulos brancos do sangue, ou seja, as células de defesa do organismo., conforme mostrado na Figura 1.
Os sinais clínicos apresentados variam, eles depende do tipo de estirpe, se é mais virulenta ou não, do grau da infecção e também do estado imunologico que o animal se encontra. Pode ter febre, dores musculares, cansaço, falta de apetite, urina escuro, perda de peso, depressão, entre outros. Conforme se torna crônico agrava mais, pois atinge o sistema imunologico, causando infecções secundárias. O diagnóstico da doença é basicamente através dos sinais clinicos e esfregaço sanguíneo, porém há também outros métodos de diagnósticos confirmatórios como PCR, IFI, porém são de alto custos e nem sempre disponiveis.
O tratamento é feito de acordo com os sinais clinicos, ou seja, a fase clinica que se encontra o paciente. Porém o principal objetivo é curar o animal doente e impedir a trasmissão da doença por pacientes assintomáticos, o antibiotico de eleição é a Doxiciclina, mas há outros medicamentos utilizados simultaneamente com este, conforme foi relatado no caso clinico.
Conclusão, não esquecer de manter o ambiente do seu animal de estimação limpo e livre de insetos, além de desparazitá-lo externamente, deve-se a cada 3 meses também fazer a desparazitação interna para evitar parasitas gastrointestinais, entre outros.
"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados."
(Mahatma Gandhi)
terça-feira, 28 de abril de 2009
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